quinta-feira, 16 de maio de 2013

Para que a necessidade do verbo???




Estudo de Caso: Gramática X Verbo
Peças pregadas pela língua portuguesa com uma pequena ajuda e conivência da gramática, a senhora feudal da linguagem, seduzida por um momento de flerte intencional do verbo, esse romântico “Don Juan”, ora regular, ora infinitivo – mas sempre reflexivo.
Versão da Gramática
Num certo momento de inspiração, onde maravilhosas e ortográficas ondas de calor hermenêutico e sedução silábica proveniente do réu, invadida por promessas de desejo onomatopaico e paixão lingüística, incendiadas pelas chamas da comunicação direta (ativa e passiva), saídas do ventre vertiginoso das letras, surgida na alma da criatividade, com todas as segundas intenções possíveis, imagináveis e totalmente realizadas da parte do réu.
Após as ilusões provenientes da possibilidade certa de uma produção literária independente, vociferada pela oportunidade de uma união consentida e consumada diversas e diversas vezes, com introduções sobre assuntos profundos, discutidos até a exaustão, e agora, sem ao menos, o auxílio deste verbo defectivo, irregular e anômalo!
Versão do Verbo:
No princípio dos tempos, apenas eu: simples, sucinto, sem adjuntos, locuções ou concordâncias. Autêntica vida de solteiro. Festas, saraus, comemorações com bastante apoio da linguagem, em todas as conjecturas.
Seduzido pelas formas voluptuosas, sinuosas e generosas da Gramática – irresistível, palatável e apetecível.
Decerto também ilusão sofrida! Imaginada todas as tentativas de convívio com a autora do processo, porém, oportunidades perdidas e, após um relacionamento diferenciado com o aposto verbo, agora mudo, calado completamente pelas circunstâncias descritas acima, como única opção, separação!